sábado, 29 de janeiro de 2011

Hoje, só hoje

Levando a vida...
Sonolenta
Devagar

Acordando devagar
Sem muita pressa
Já tive pressa, de nada adiantou.

Tem que ser planejada
levada com disciplina
tendo fé inabalável
coisa de que tenho demais
Sei que minha hora vai chegar
E estarei aqui,
esperando minha recompensa.

Estou bem, feliz...
Nada está como eu quero,
está tudo fora do eixo.
Mesmo assim,
há paz em mim.
Não sei de onde vem,
talvez seja uma paz que não é minha.
Mas é bom senti-la.
Como se,
as coisas estivessem todas erradas
e você, simplesmente,
acreditasse num milagre.
É assim que me sinto...
Acreditando no impossível
e mesmo que eu raciocine
não consigo perder a esperança.
Sei que há dias melhores.
E sei que estão bem perto de mim.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

RECOMEÇAR

 Temos a falsa impressão que controlamos nossa vida.
Um vento, assopro, um tufão
E rapidamente tudo muda.
Você nem tem tempo de entender...
Você nem sabe como aconteceu.
É como a noite que chega e vira dia.
Você não percebe nitidamente a hora exata
da virada.

Começar é mais fácil que recomeçar.
Começar é iniciar.
Recomeçar é juntar os cacos de um começo
que pareceu ter tido um final.
Este é mais difícil.
Por que você está disposto
a rever seus conceitos.
Ambos as coisas já fiz.
Já deixei as coisas para trás e nem olhei...
Outra vez, fui devagar
olhando o passado aos cacos
Como se quisesse que eles fossem juntados...
pedaço a pedaço...
Com uma cola tão especial que não deixasse marcas.
Impossível.
Toda ruptura tem uma consequência.
Tem um motivo.
Sempre esperamos que seja para o bem,
para o melhor.
E como julgamos o melhor?
Quando percebemos o melhor?
Sofri muito estes últimos dias...
Meu peito sentia dor.
Era como se a própria respiração
o fizesse  doer.
Uma fala, uma lágrima...
Uma risada, uma lágrima.
E aos poucos tentava esgotar
todo o reservatório economizado em mim.
Mas não há jeito.
Acho que elas são infinitas.
Algumas pessoas não choram.
Eu queria gritar.
Arrancar a dor de dentro de mim.
E o pior: não sabia o motivo exato.
Disse a Deus:
_ Tira de mim, tanta dor. Não suporto mais...
Dai pensei:
- Alguém morreu? Não!
Diz o antigo ditado que nada que é para nós
bate na porta do vizinho.
Cheguei a pensar:
- Estou no fundo do poço...
Não há mais o que descer.
Pois há...
Aprendi a não reclamar
pois o ruim pode virar pior.
O pior em algo terrível.
O terrível em tragédia.
Não há como mensurar o sofrimento.
Ele é da intensidade que o qualificamos.
Quanto mais fugimos dele,
mais ele cresce.
Quando o enfrentamos, ele também recua.
Pois bem,
depois de tanta dor, sofrimento, medo, confusão...
Uma luz no fim do tunel
E o mundo novamente pega as cores da esperança.
Vou juntar os cacos...
Devagar
Colando minuciosamente
evitando marcas.
Mas, bem devagar
saboreando cada lição que aprendi.
E foram muitas...
Humilde, capacidade de amar na adversidade,
renúncia, aceitação e valorização do eu...
E como se a vida gritasse:
-Chega!
-Presta atenção, garota!
Não há perfeição.
Considere o que é importante em sua vida
e siga em frente.
Não acorde o futuro antes do tempo...
Terás um presente sonolento.
Deixe a vida levar,
deixe a água correr.
Abra a janela para o sol nascer.
As coisas que devem ser, acontecem naturalmente...
Cores enfeitam a vida, outras enfeitam a morte.
Neste meio termo,
Deus pincela a  nossa vida.